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Boletim Carvalhaes: café tem semana de perdas em meio a tarifas, incertezas e mercado travado

Com a escalada da guerra comercial entre EUA e China e forte volatilidade nas bolsas, as cotações do café recuam, exportações caem quase 25% em março e o mercado físico segue paralisado

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Mercado externo

Com os desdobramentos do chamado “tarifaço” americano, a semana ada foi marcada por um cenário ainda mais confuso e imprevisível na economia internacional. A atmosfera de incerteza se intensifica e tende a escalar. Na sexta (11), as bolsas dos Estados Unidos registraram forte volatilidade, mas encerraram o dia com expressiva valorização.

Na última quarta (9), à tarde, o presidente Donald Trump recuou parcialmente nas taxações anunciadas na semana anterior. Segundo o boletim do Escritório Carvalhaes, durante um período de 90 dias, serão reduzidas as tarifas sobre os países que não adotaram medidas de retaliação ao pacote tarifário americano. Para a China, no entanto, a alíquota foi elevada naquele mesmo dia para 125%.

A reação chinesa foi imediata, após o país ser isolado como principal alvo da nova ofensiva tarifária de Trump. As tarifas dos Estados Unidos sobre a China somam agora 145%, e em resposta, Pequim elevou suas tarifas sobre produtos importados dos EUA para 84%. O aprofundamento dessa guerra comercial compromete os laços entre as duas maiores economias do mundo e deve ter impactos significativos sobre toda a economia global.

Cotações

Ainda segundo o boletim do Escritório Carvalhaes, a instabilidade também dominou as cotações do café ao longo da semana. Após uma forte queda na segunda (7) e oscilações diárias acentuadas, os contratos negociados na ICE Futures US e na ICE Europe encerraram a sexta (11) em alta, acompanhando a recuperação nos mercados acionários. Apesar disso, o balanço semanal para os contratos de arábica e robusta permaneceu negativo.

O quadro segue marcado por grandes incertezas, e, de acordo com o referido boletim, será necessário acompanhar os desdobramentos das negociações diante das frequentes mudanças de posicionamento do presidente americano. Como observado nos últimos dias, o mundo presencia o início de transformações profundas nas regras do comércio internacional. Por ora, não é possível prever como essas mudanças afetarão diretamente o mercado global de café.

Vale lembrar que, segundo o Escritório Carvalhaes, quase a totalidade das exportações brasileiras de café para os EUA é composta por café verde — produto que, após a industrialização no país de destino, gera milhares de empregos e significativa agregação de valor para o mercado americano.

Em sua avaliação, com estoques baixos tanto nos países produtores quanto nos consumidores, e diante de problemas climáticos recorrentes e eventos extremos em várias regiões do mundo, os preços do café tendem a se sustentar. No entanto, é necessário aguardar os desdobramentos das negociações sobre as chamadas “tarifas recíprocas” antes de qualquer projeção mais segura.

Na sexta (11), os contratos de arábica com vencimento em maio na ICE Futures US, em Nova York, oscilaram 1.910 pontos entre a máxima e a mínima do dia. Atingiram US$ 3,6070 na máxima, com alta de 1.785 pontos, e fecharam cotados a US$ 3,5770, com ganho diário de 1.485 pontos. Na quinta (10), subiram 115 pontos; na quarta (9), caíram 120 pontos. Na terça (8), recuaram 190 pontos, e na segunda (7), sofreram perdas de 2.090 pontos.

O saldo semanal foi negativo em 800 pontos. Na semana retradada, a perda foi de 1.420 pontos, e na anterior, de 1.145 pontos. Em março, esses contratos acumularam alta de 670 pontos. No primeiro trimestre de 2025, o ganho somado é de 6.490 pontos.

Na ICE Europe, os contratos de robusta para maio voltaram a superar a marca dos US$ 5 mil por tonelada. Na máxima do dia, alcançaram US$ 5.134, com alta de US$ 197, encerrando a sessão cotados a US$ 5.099, em valorização de US$ 162. Na quinta (10), subiram US$ 64; anteontem, US$ 51; e na terça (8), US$ 26. Na segunda (7), houve queda de US$ 316. 

Na semana ada, a variação foi negativa em US$ 13. Na semana retrasada, os contratos perderam US$ 225, e na anterior, US$ 178. Em março, acumularam queda de US$ 61; em fevereiro, perda de US$ 364; e em janeiro, alta de US$ 889. No acumulado dos três primeiros meses de 2025, a alta é de US$ 464 por tonelada.

Cafés certificados

Os estoques de cafés certificados na ICE Futures caíram 1.000 sacas na sexta (11), totalizando 784.559 sacas. Há um ano, eram 637.405 sacas, o que representa um aumento de 147.154 sacas no período. Segundo o boletim do Escritório Carvalhaes, na semana, os estoques cresceram 13.545 sacas. Na semana anterior, haviam recuado 562 sacas, e na anterior à ela, 6.132 sacas. Em março, a queda foi de 35.112 sacas; em fevereiro, de 61.994; e em janeiro, de 112.385. No acumulado do primeiro trimestre de 2025, os estoques caíram 209.491 sacas.

Câmbio

O dólar apresentou forte volatilidade ao longo da semana. Na sexta (11), a moeda norte-americana caiu 0,51% frente ao real, encerrando o dia cotada a R$ 5,8710. Na sexta-feira anterior, estava em R$ 5,8360, e na anterior a ela, em R$ 5,7620.

Em reais por saca, os contratos de arábica para maio na ICE Futures US fecharam o dia a R$ 2.777,96. Na sexta retrassada, estavam em R$ 2.823,15, e na anterior, a R$ 2.895,97.

Mercado físico

O mercado físico brasileiro seguiu praticamente paralisado durante toda a semana ada. De acordo com o referido boletim, embora haja interesse comprador para todos os padrões de café, os preços ofertados mantêm os vendedores retraídos, e poucos negócios são concluídos. O volume de vendas segue abaixo do necessário para atender à demanda do consumo interno e das exportações.

Exportações

O Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) informou que, em março, o país embarcou 3.287.281 sacas de 60 kg de café — volume 24,9% (ou 1.088.039 sacas) inferior ao registrado no mesmo mês de 2024, e 3,8% (ou 128.453 sacas) menor que o volume exportado em fevereiro.

Do total, 2.813.762 sacas foram de café arábica (queda de 3,8% frente a fevereiro) e 138.582 sacas de café conilon (queda de 40%). Somadas, as exportações de café verde totalizaram 2.952.344 sacas. A esse volume somam-se 330.135 sacas de café solúvel (aumento de 17,3% em relação a fevereiro) e 4.802 sacas de café torrado, totalizando os 3.287.281 sacas embarcadas no mês.

Nos três primeiros meses de 2025, o Brasil exportou 10.707.100 sacas de café — uma retração de 11,3% em relação às 12.069.716 sacas embarcadas no mesmo período de 2024.

Até o dia 11 de abril, os embarques somavam 630.044 sacas de arábica, 30.279 de conilon e 55.107 de café solúvel, totalizando 715.430 sacas — abaixo das 856.239 registradas no mesmo dia de março.

Até essa mesma data, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarques em abril totalizavam 1.121.064 sacas, contra 1.264.010 no mesmo dia do mês anterior.

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Com a escalada da guerra comercial entre EUA e China e forte volatilidade nas bolsas, as cotações do café recuam, exportações caem quase 25% em março e o mercado físico segue paralisado

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Com os desdobramentos do chamado “tarifaço” americano, a semana ada foi marcada por um cenário ainda mais confuso e imprevisível na economia internacional. A atmosfera de incerteza se intensifica e tende a escalar. Na sexta (11), as bolsas dos Estados Unidos registraram forte volatilidade, mas encerraram o dia com expressiva valorização.

Na última quarta (9), à tarde, o presidente Donald Trump recuou parcialmente nas taxações anunciadas na semana anterior. Segundo o boletim do Escritório Carvalhaes, durante um período de 90 dias, serão reduzidas as tarifas sobre os países que não adotaram medidas de retaliação ao pacote tarifário americano. Para a China, no entanto, a alíquota foi elevada naquele mesmo dia para 125%.

A reação chinesa foi imediata, após o país ser isolado como principal alvo da nova ofensiva tarifária de Trump. As tarifas dos Estados Unidos sobre a China somam agora 145%, e em resposta, Pequim elevou suas tarifas sobre produtos importados dos EUA para 84%. O aprofundamento dessa guerra comercial compromete os laços entre as duas maiores economias do mundo e deve ter impactos significativos sobre toda a economia global.

Cotações

Ainda segundo o boletim do Escritório Carvalhaes, a instabilidade também dominou as cotações do café ao longo da semana. Após uma forte queda na segunda (7) e oscilações diárias acentuadas, os contratos negociados na ICE Futures US e na ICE Europe encerraram a sexta (11) em alta, acompanhando a recuperação nos mercados acionários. Apesar disso, o balanço semanal para os contratos de arábica e robusta permaneceu negativo.

O quadro segue marcado por grandes incertezas, e, de acordo com o referido boletim, será necessário acompanhar os desdobramentos das negociações diante das frequentes mudanças de posicionamento do presidente americano. Como observado nos últimos dias, o mundo presencia o início de transformações profundas nas regras do comércio internacional. Por ora, não é possível prever como essas mudanças afetarão diretamente o mercado global de café.

Vale lembrar que, segundo o Escritório Carvalhaes, quase a totalidade das exportações brasileiras de café para os EUA é composta por café verde — produto que, após a industrialização no país de destino, gera milhares de empregos e significativa agregação de valor para o mercado americano.

Em sua avaliação, com estoques baixos tanto nos países produtores quanto nos consumidores, e diante de problemas climáticos recorrentes e eventos extremos em várias regiões do mundo, os preços do café tendem a se sustentar. No entanto, é necessário aguardar os desdobramentos das negociações sobre as chamadas “tarifas recíprocas” antes de qualquer projeção mais segura.

Na sexta (11), os contratos de arábica com vencimento em maio na ICE Futures US, em Nova York, oscilaram 1.910 pontos entre a máxima e a mínima do dia. Atingiram US$ 3,6070 na máxima, com alta de 1.785 pontos, e fecharam cotados a US$ 3,5770, com ganho diário de 1.485 pontos. Na quinta (10), subiram 115 pontos; na quarta (9), caíram 120 pontos. Na terça (8), recuaram 190 pontos, e na segunda (7), sofreram perdas de 2.090 pontos.

O saldo semanal foi negativo em 800 pontos. Na semana retradada, a perda foi de 1.420 pontos, e na anterior, de 1.145 pontos. Em março, esses contratos acumularam alta de 670 pontos. No primeiro trimestre de 2025, o ganho somado é de 6.490 pontos.

Na ICE Europe, os contratos de robusta para maio voltaram a superar a marca dos US$ 5 mil por tonelada. Na máxima do dia, alcançaram US$ 5.134, com alta de US$ 197, encerrando a sessão cotados a US$ 5.099, em valorização de US$ 162. Na quinta (10), subiram US$ 64; anteontem, US$ 51; e na terça (8), US$ 26. Na segunda (7), houve queda de US$ 316. 

Na semana ada, a variação foi negativa em US$ 13. Na semana retrasada, os contratos perderam US$ 225, e na anterior, US$ 178. Em março, acumularam queda de US$ 61; em fevereiro, perda de US$ 364; e em janeiro, alta de US$ 889. No acumulado dos três primeiros meses de 2025, a alta é de US$ 464 por tonelada.

Cafés certificados

Os estoques de cafés certificados na ICE Futures caíram 1.000 sacas na sexta (11), totalizando 784.559 sacas. Há um ano, eram 637.405 sacas, o que representa um aumento de 147.154 sacas no período. Segundo o boletim do Escritório Carvalhaes, na semana, os estoques cresceram 13.545 sacas. Na semana anterior, haviam recuado 562 sacas, e na anterior à ela, 6.132 sacas. Em março, a queda foi de 35.112 sacas; em fevereiro, de 61.994; e em janeiro, de 112.385. No acumulado do primeiro trimestre de 2025, os estoques caíram 209.491 sacas.

Câmbio

O dólar apresentou forte volatilidade ao longo da semana. Na sexta (11), a moeda norte-americana caiu 0,51% frente ao real, encerrando o dia cotada a R$ 5,8710. Na sexta-feira anterior, estava em R$ 5,8360, e na anterior a ela, em R$ 5,7620.

Em reais por saca, os contratos de arábica para maio na ICE Futures US fecharam o dia a R$ 2.777,96. Na sexta retrassada, estavam em R$ 2.823,15, e na anterior, a R$ 2.895,97.

Mercado físico

O mercado físico brasileiro seguiu praticamente paralisado durante toda a semana ada. De acordo com o referido boletim, embora haja interesse comprador para todos os padrões de café, os preços ofertados mantêm os vendedores retraídos, e poucos negócios são concluídos. O volume de vendas segue abaixo do necessário para atender à demanda do consumo interno e das exportações.

Exportações

O Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) informou que, em março, o país embarcou 3.287.281 sacas de 60 kg de café — volume 24,9% (ou 1.088.039 sacas) inferior ao registrado no mesmo mês de 2024, e 3,8% (ou 128.453 sacas) menor que o volume exportado em fevereiro.

Do total, 2.813.762 sacas foram de café arábica (queda de 3,8% frente a fevereiro) e 138.582 sacas de café conilon (queda de 40%). Somadas, as exportações de café verde totalizaram 2.952.344 sacas. A esse volume somam-se 330.135 sacas de café solúvel (aumento de 17,3% em relação a fevereiro) e 4.802 sacas de café torrado, totalizando os 3.287.281 sacas embarcadas no mês.

Nos três primeiros meses de 2025, o Brasil exportou 10.707.100 sacas de café — uma retração de 11,3% em relação às 12.069.716 sacas embarcadas no mesmo período de 2024.

Até o dia 11 de abril, os embarques somavam 630.044 sacas de arábica, 30.279 de conilon e 55.107 de café solúvel, totalizando 715.430 sacas — abaixo das 856.239 registradas no mesmo dia de março.

Até essa mesma data, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarques em abril totalizavam 1.121.064 sacas, contra 1.264.010 no mesmo dia do mês anterior.

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